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Startup de aluguel de moto levanta US$ 2 mi

Mottu tem 400 motos para alugar para entregadores em São Paulo.

A Mottu, uma startup de aluguel de motos para entregadores com operação em São Paulo, acaba de captar US$ 2 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela Caravela Capital.

Também colocaram dinheiro na empresa Elie Horn, fundador da Cyrella, José Galló, ex-CEO da Lojas Renner. 

A Mottu levou para o setor de entregas o modelo de negócios de algumas locadoras de carros com motoristas de aplicativo, surgindo além do mais na hora certa.

Criada em fevereiro, a companhia se beneficiou do boom nos aplicativos de entregas criada pelo coronavírus e o isolamento social. 

A Mottu recebeu o cadastro de mais de 15 mil pessoas interessadas no aluguel de motos, com pacotes mensais a partir de R$ 245 por semana, ou R$ 35 por dia. A frota no momento é de 400 motos.

Rubens Zanelatto, o criador da Mottu, foi coordenador de planejamento financeiro na ALL, trabalhou como analista na GP Investimentos e sócio na WPG, antes de abrir sua primeira startup, a Dr. Vendedor, em 2016. 

“O venture capital é, por natureza, um investimento a longo prazo. Mas havia um interesse em startup de setores que cresceram nesse período, como e-commerce, telemedicina e delivery, por exemplo”, afirma Lucas de Lima, cofundador da Caravela Capital.

Fundada em Curitiba, a Caravela tem R$75 milhões disponíveis para aporte. 

Ainda no final do mês passado, o fundo participou de um investimento de US$ 3 milhões na LogComex, startup curitibana especializada em inteligência de importação e exportação.

O mercado potencial da Mottu está claro para qualquer um que ande na rua e veja os exércitos de entregadores circulando em bicicletas.

Não há dados oficiais concretos sobre o número de entregadores de empresas de aplicativos no Brasil. 

Mas, segundo a agência de notícias Reuters, somente a iFood conta com 140 mil cadastrados e 200 mil terceirizados que atendem diretamente restaurantes. 

Junto com Rappi e Uber Eats, a empresa domina o mercado.

No entanto, o próprio aumento do número de entregadores, fomentado pelo desemprego, pode se revelar uma faca de dois gumes para a Mottu.

Isso porque apesar do sucesso das grandes plataformas de entrega, a renda dos entregadores está caindo, o que já causou duas paralisações inéditas e tornou o assunto um tema nacional.

A renda em queda significa também um aumento do custo relativo de bancar uma moto da Mottu.

Um estudo realizado por pesquisadores da Unicamp, do Ministério Público do Trabalho e da Universidade Federal do Paraná, entre outros, identificou jornadas de trabalho maiores e queda nos rendimentos de 58,9% dos entrevistados.

Segundo a pesquisa, cerca de metade recebia até R$ 520 por semana antes da pandemia. Depois, 71,9% declararam receber até R$ 520, e 83,7%, até R$ 650.

Por Maurício Renner

Fonte: baguete

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