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S&P: Ratings de quatro locadoras de veículos são alterados

Simpar, Movida, Unidas e Vix Logística mostraram desempenhos positivos no auge da pandemia

Considerando uma recuperação mais rápida que a prevista na atividade de mobilidade no Brasil, as taxas de utilização das locadoras de veículos (RaC – rent-a-car) no mercado doméstico recuperaram-se para os níveis históricos, de 75% – 80%, e as tarifas médias também, em relação ao que os analistas projetavam antes de que a recuperação seria gradativa para os níveis pré-pandemia no 4º trimestre de 2020.

Mesmo com a crise econômica provocada pela pandemia, as locadoras conseguiram manter um desempenho resiliente no negócio de gestão de frotas e aumentaram as vendas de veículos usados nos últimos meses, ajustando o tamanho de suas frotas do segmento de RaC, o que os analistas esperam contribuir para a estabilidade dos fluxos de caixa este ano.

“Apesar dos riscos de novos lockdowns parciais e de uma recuperação econômica fraca, entendemos que a capacidade provada das empresas para ajustar o tamanho de suas frotas oferece proteção de fluxo de caixa e, consequentemente, de liquidez.”

Nesta terça-feira (13), a S&P Global Ratings alterou a perspectiva dos ratings da Simpar, Movida Participações, Companhia de Locação das Américas (Unidas) e Vix Logística, de negativa para estável. Os ratings de todas as empresas foram reafirmados.

“A perspectiva estável indica nossa expectativa de que a melhora mais rápida que a prevista na demanda por locação de veículos e serviços de transporte no segundo semestre de 2020, combinada com estabilidade de fluxos de caixa dos contratos de leasing corporativo, compensará a forte queda nos fluxos de caixa no segundo trimestre pelos lockdowns. Agora esperamos que as empresas mantenham métricas de crédito alinhadas aos ratings atuais em 2020 e 2021, conforme as condições econômicas melhoram e os riscos de restrições de movimentação diminuem”, explicam.

Fundamento das Ações de Rating

A capacidade para ajustar o tamanho da frota e a recuperação mais rápida que a prevista na mobilidade no Brasil contribuíram para uma recuperação do segmento de RaC. Os dados mostram uma forte recuperação na movimentação desde a imposição das rigorosas medidas de restrição no Brasil no mês de abril.

Nos últimos meses, apesar das fracas condições econômicas, os players que atuam em RaC no Brasil têm ajustado o tamanho da frota graças a um aumento de 15% na venda de veículos usados nos primeiros nove meses de 2020, juntamente com a estrutura operacional deles. Como resultado desses fatores, as taxas de utilização retornaram para o nível histórico de 75%-80% ante 55%-60% em abril.

“Com o retorno gradativo dos clientes pessoas físicas e dos serviços de ride-hailing (viagens sob demanda por aplicativo), observamos que as taxas médias também estão voltando para os níveis pré-pandemia. Esses fatores, junto com fluxos de caixa estáveis dos contratos de leasing corporativos pela natureza de longo prazo deles e os altos custos econômicos para rescindi-los, possibilitaram uma recuperação mais rápida no desempenho operacional das empresas no 3º trimestre”, consideram.

Essas medidas levaram os analistas para a revisão da projeção de EBITDA, que antes era de uma queda de 10%-20% para um nível estável a um crescimento de um dígito médio para o ano. “Dada a provável recuperação nos investimentos para expansão da frota diante de melhora nas condições econômicas, esperamos mais elevação no EBITDA para a faixa de 10%-20% em 2021.”

A utilização dos recursos da venda de veículos usados para servir a dívida mitiga possíveis riscos de novos lockdowns e de uma recuperação econômica fraca. “Durante a pandemia, observamos que as locadoras usaram as entradas de caixa provenientes da venda de veículos, combinadas com reduções significativas nos investimentos, para preservar liquidez e manter uma posição de caixa acima do habitual. Em nossa visão, as empresas poderão replicar essa estratégia se a recuperação econômica se estagnar ou se o risco do coronavírus aumentar.”

Fonte: Ultimoinstante

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