spot_img
InícioCarrosQuais as montadoras que paralisaram a produção por agravamento da pandemia

Quais as montadoras que paralisaram a produção por agravamento da pandemia

AutoData tem acompanhado de perto as decisões da indústria automotiva diante do agravamento da pandemia no País. Desde a última sexta-feira, 19, quando esta coluna sugeriu que o setor automotivo paralisasse a produção para dar o exemplo e contribuir na diminuição das contaminações, oito fabricantes decidiram reduzir ou paralisar totalmente suas atividades: Mercedes-Benz, Nissan, Renault, Scania, Toyota, Volkswagen, Volkswagen Caminhões e Ônibus e Volvo.

O desabastecimento de peças e componentes tem sido um fator importante para, por exemplo, diminuir drasticamente o ritmo de produção. A pandemia tem causado esse descompasso, assunto que já foi abordado neste espaço anteriormente.Agora, o crescimento de pessoas infectadas e as mortes nos últimos dias entraram na contabilidade de algumas empresas.

Essa ciranda à qual todos estamos presos vai trazer, obviamente, prejuízos instantâneos para a cadeia automotiva. Além de concessionárias fechadas em muitas cidades brasileiras os grandes negócios também começam a ser atrasados.

A Volkswagen suspendeu até o fim de abril o recebimento de pedidos das locadoras, e vários modelos de outras marcas estão indisponíveis para as empresas desse setor. Uma associação que representa locadoras informa que há pedidos para 200 mil veículos represados nas montadoras. E que pretende renovar sua frota comprando 450 mil veículos este ano.

No segmento de caminhões os pedidos já encaminhados para a linha de montagem só poderão ser entregues a partir do segundo semestre. E o Salão do Automóvel 2020, que deveria ocorrer em 2021, está definitivamente cancelado. 

O momento é de apreensão e de muita pressão de todos os lados. Os trabalhadores, por exemplo: alguns sindicatos manifestaram junto às empresas com fábricas em suas regiões a preocupação com a manutenção dos turnos de produção. Umas atenderam aos apelos dos trabalhadores, outras ainda não.

É interessante observar que, ao contrário de outros setores, principalmente o de serviços, gravemente impactado pelas restrições de circulação, a indústria automotiva, até agora, não manifestou descontentamento com a necessidade dessas medidas. 

O plano é trabalhar para que nos próximos meses, sobretudo o segundo semestre, a cadeia automotiva esteja mais preparada e consciente dos volumes que deverão ser entregues de acordo com a demanda. E é aí que mora a maior incerteza: a demanda conseguirá sair da pandemia para comprar?

Mercedes-Benz. Aderiu à interrupção de suas atividades produtivas no Brasil diante do agravamento da pandemia. As operações de São Bernardo do Campo, SP, e Juiz de Fora, MG, deixarão de produzir de 26 de março a 4 de abril, com retorno previsto para a segunda-feira, 5. Em comunicado a M-B disse que a intenção é contribuir com “a redução de circulação de pessoas neste momento crítico do País, administrar a dificuldade de abastecimento de peças e componentes na cadeia de suprimentos e atender a antecipação de feriados por parte das autoridades municipais”.

Nissan. Concedeu férias coletivas aos trabalhadores da fábrica de Resende, RJ, de 26 de março a 9 de abril. A companhia informou que busca “garantir a segurança de seus funcionários como parte do esforço de reduzir o impacto da pandemia, adaptar a empresa ao cenário atual dos desafios enfrentados pelo setor automotivo e garantir a continuidade do negócio”. A produção será retomada em 12 de abril.

Renault. Informa paralisação por quatro dias, que serão compensados futuramente: da segunda-feira, 29, à quinta-feira, 1 de abril. Como a sexta-feira, 2, é feriado nacional, o retorno será apenas na segunda-feira, 5. A decisão, “tem como objetivo contribuir para o isolamento social”. Serão mantidas apenas atividades essenciais na fábrica e as áreas administrativas seguem em home-office. 

Scania. Cedeu à pressão do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e anunciou que fará uma parada na produção de sua fábrica de São Bernardo do Campo de 26 de março a 4 de abril, com retorno após o feriado da Páscoa. Serão dez dias corridos sem produzir. Toyota. Adotou o super-feriado proposto pelas prefeituras do ABCD Paulista. A fábrica de São Bernardo do Campo não produzirá peças de 29 de março a 4 de abril. Até o fechamento desta coluna ainda não havia decisão sobre as demais unidades – Indaiatuba, Porto Feliz e Sorocaba, SP. 

Volkswagen. As fábricas de São Bernardo do Campo, São Carlos e Taubaté, SP, e de São José dos Pinhais, PR, ficarão doze dias corridos sem produzir. O retorno está estimado para após o feriado da Páscoa, em 5 de abril. Volkswagen Caminhões e Ônibus. Interromperá a produção em Resende de 29 de março a 4 de abril, em virtude das “medidas de contenção da pandemia de covid-19 tomadas pelas autoridades municipais e estaduais do Rio de Janeiro” e da “situação crítica de desabastecimento de peças”.

Volvo. Reduziu a produção de caminhões em sua fábrica de Curitiba, PR, a partir da terça-feira, 23. A maioria dos empregados da produção de caminhões ficará em casa até o fim de março, mas parte do efetivo seguirá em atividade, como o das linhas de ônibus e parte dos que estão na montagem dos caminhões, além dos do setor de distribuição de peças.

* Colaboraram André Barros, Caio Bednarski e Vicente Alessi, filho.

Fonte: AUTODATA – UOL

Notícias mais lidas