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Por que Ford prefere perder mercado a vender seus carros para locadoras

A Ford comunicou a clientes corporativos e a administradores de frotas que suspenderá suas vendas de veículos a locadoras. A empresa argumenta que as margens são muito baixas para sustentar essa operação. Essa decisão foi obtida por AutoData junto ao Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, que representa os trabalhadores da fábrica baiana da Ford. Procurada, a empresa confirmou sua decisão.

A empresa informou em nota que “não sairá do segmento de locadoras’, mas que “será mais seletiva com relação aos aspectos negociais”. Em recente entrevista a AutoData seu presidente para América do Sul, Lyle Watters, sinalizou a preocupação com as margens e a lucratividade e disse que chegou a negar negócios com frotistas: “Nós nos afastamos de alguns negócios de venda a frotista com margens baixas. Dessa forma dissemos não para algumas grandes locadoras”.

A Ford é uma das poucas montadoras de veículos a levantar preocupação com a sustentabilidade dos negócios apoiados em vendas diretas de grandes volumes de veículos a empresas que atuam no segmento de locação e no mercado de seminovos. São vendas com grandes descontos que ajudam na redução da capacidade ociosa das fábricas mas que não contribuem para a rentabilidade no longo prazo.

Watters admitiu que poderá perder participação de mercado, mas que se trata de decisão “consciente para impulsionar um negócio mais saudável para a Ford”. Assim, aliada à baixa demanda de mercado, a opção de dizer não a locadoras afetará diretamente o volume de produção da fábrica de Camaçari.

AutoData apurou que a decisão da Ford encontra simpatizantes dentro da indústria. Há mais empresas dispostas a endurecer negociações e a não entrar em leilões com locadoras, mesmo que isso custe volumes e participação no mercado. Rentabilidade na venda é palavra de ordem.

O maior comprador. O cenário tende a ficar mais complicado: a anunciada fusão da Localiza com a Unidas, primeira e segunda maiores locadoras de veículos do Brasil, deverá tornar as negociações mais complicadas. Os volumes negociados serão maiores – analistas estimam 320 mil veículos por ano – e, portanto, os pedidos de desconto deverão crescer.

Melhor mês do ano. Setembro registrou 207,7 mil emplacamentos de veículos, incluindo comerciais pesados. Superou fevereiro, 201 mil, e foi o melhor mês do ano em vendas.

FCA à frente. Um a cada quatro automóveis e comerciais leves licenciados no mês foram produzidos pela FCA. A Fiat liderou o ranking de marcas em setembro com 19,7% de participação.

Strada puxa o ritmo. E a picape Fiat Strada foi o modelo mais vendido em setembro, superando o Chevrolet Onix, com 11,9 mil unidades. Poderia ser mais: embora a FCA acelere o ritmo de produção em Betim, ainda é insuficiente para atender a toda a demanda pela nova geração.

Por Leandro Alves

*Colaboraram André Barros e Bruno de Oliveira.

Fonte: UOL

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