spot_img
InícioCarrosNa Volanty, venda de carro 100% online vira realidade

Na Volanty, venda de carro 100% online vira realidade

Por Mariana Barbosa

A pandemia atropelou os planos de abertura de lojas físicas da startup de usados Volanty — e isso foi bom. O isolamento social acelerou um processo de digitalização que não era esperado para tão cedo: a venda de carro 100% online.

Com o fechamento do comércio, 70% dos clientes que compraram carro na Volanty, fizeram mais de 90% do processo no meio digital. E uma “minoria importante” fez todo o processo digital, da busca no site até receber o carro em casa.

Ainda vamos ter uma presença importante no mundo físico, pois elas são um ponto de captação e triagem, mas com parte dos clientes migrando para o digital, não temos necessidade de ter 100 lojas no país inteiro — diz o fundador e CEO Maurício Feldman. 

A Volanty compra o carro à vista e recondiciona para revender. O comprador pode ficar com o carro por 9 dias. Se arrependeu? Pode devolver sem precisar dar qualquer explicação. O carro é entregue em casa higienizado, com cara e cheiro de novo, com lacinho de presente e garantia de um ano.

A chave do negócio é um sistema de precificação que analisa 600 variáveis para estabelecer o preço de compra e venda. O algoritmo olha estoque, anúncios concorrentes, tamanho do mercado e até a necessidade de giro do estoque. Recentemente esse sistema ganhou uma versão 4.0, após um desafio em um curso de ciência de dados organizado pelo SoftBank, investidor da empresa. (Desde a fundação, a Volanty captou R$ 100 milhões. Os outros fundos investidores são Canary, Monashees e Kaszek.)

Megastore

A empresa chegou a ter 14 lojas antes da pandemia. Hoje são oito, entre Rio e São Paulo, incluindo a primeira loja conceito da rede, que acaba de ser inaugurada em Botafogo: um espaço de 1,7 mil metros quadrados onde os clientes podem ver o estúdio fotográfico onde são gravados os tour virtuais 360º dos modelos anunciados no site. 

No ano passado, 14,5 milhões de carros trocaram de dono no Brasil — número cinco vezes maior do que o de carros novos emplacados. É um mercado de R$ 380 bilhões. E Maurício acredita que dá para abocanhar 10% desse mercado. A Carmax tem 1% do mercado americano e vende 1 milhão de carros por ano —, diz Maurício, que acredita que pode ter o mesmo volume, abocanhando 1% do mercado nacional de usados.

O empresário fez MBA em Stanford, onde conviveu com colegas que criaram startups de usados, como a Carlypso e a Shift. A primeira foi vendida para um concorrente, e a segunda vai fazer um IPO neste trimestre. — Aprendi com os erros e acertos dessa turma.

Mas não é um mercado simples. Há cerca de dois anos, um fundo de private equity tentou criar uma grande marca nacional de usados, a AutoBrasil, por meio da consolidação de lojistas independentes. Mas o projeto não avançou.

A Volanty enfrenta ainda o desafio de captação: como atrair os melhores carros. Aqui as locadoras de veículos saem na frente pois escolhem para locação os veículos que vão revender e se beneficiam de descontos das montadoras.

Fonte: O Globo

Notícias mais lidas