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Modelo de assinatura já concentra 8% da frota de locadoras de automóveis

Para presidente de associação do setor, participação desse tipo de serviço tende a dobrar em dois anos

O presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), Paulo Miguel Junior, informa que 8% da frota de mais de 1 milhão de veículos das empresas do segmento são destinadas aos programas de assinatura. Segundo ele, essa participação tende a dobrar em cerca de dois anos, quando o mercado estiver mais estável.

Além do custo, uma das vantagens da modalidade, em sua opinião, é o consumidor “se livrar de todo o trabalho da documentação, da manutenção e da parte mais desgastante que é a hora da revenda”. Miguel Junior afirma que muitas vezes os concessionários oferecem preços aviltantes para o carro usado. Os proprietários que querem realizar a venda também se sentem inseguros em colocar anúncios e receber interessados em sua própria casa.

No programa da Localiza, o Meoo, criado em novembro, há opções de assinatura por até quatro anos e franquias de 4,5 mil km ao mês. A locadora calcula uma economia de até 20% em relação ao carro próprio. A empresa é a primeira a ter uma loja exclusiva para o produto em Belo Horizonte (MG). Um plano da empresa em São Paulo de um modelo econômico, por prazo de 48 meses e franquia de 1 mil km, custa em média R$ 1,15 mil por mês.

Segundo a locadora Movida, a assinatura é boa opção para quem não tem o sentimento de posse, não quer esquentar a cabeça com as burocracias de ter um carro e quer flexibilidade para mudar o contrato quando precisar. Também é interessante para quem quer vender o carro para investir em outros projetos ou para os que escolhem migrar do transporte público para o individual sem precisar comprar um carro – ação que ocorre neste momento em razão da pandemia da covid-19.

Uma das ofertas da Movida é o Fiat Mobi Like, por três anos e 1 mil km de franquia por mês a R$ 897 nos primeiros três meses e R$ 999 após esse prazo. O Chevrolet Onix sedã, nas mesmas condições, sai por R$ 1,3 mil nos primeiros seis meses e R$ 1,65 mil a partir da sétima mensalidade.

Miguel Junior acredita que a modalidade possa se estender também para carros usados. “No Brasil ninguém ainda entrou nesse segmento, mas nos Estados Unidos algumas empresas já operam dessa forma”, diz. “A assinatura não precisa ficar restrita ao zero quilômetro pois, se for estendida aos usados vai movimentar mais o mercado”, concorda Ricardo Bacellar, da KPMG.

A assinatura também vem crescendo entre empresas. A Arval, que atua na locação de frotas, espera crescimento de 150% em contratos dessa modalidade neste ano, “ainda que em um cenário de pandemia”, afirma Maximiliano Fernandes, diretor comercial e de marketing da empresa. Segundo ele, o aluguel por assinatura pode ser até 30% mais barato do que a compra.

Por Cleide Silva

Fonte: Estadão

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