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Locação de veículos: como estão as empresas do setor e qual se deu melhor?

Em 2021 o mundo enfrentou uma crise na oferta de semicondutores. Isto é, matéria-prima para a produção dos chips que integram quase tudo do nosso dia a dia atual, inclusive os componentes eletrônicos dos carros. Assim, houve um impacto negativo na indústria automotiva, o que afetou a produção de carros.

Com isso, surgiu um novo desafio para as empresas de locação de carros: renovar suas frotas

As ações das companhias que compõem o setor de locação e venda de veículos, por conta desses empecilhos, tiveram desempenho negativo na Bolsa de Valores. As ações da Movida (MOVI3) apresentaram queda no ano de 2021 de 22,14%, enquanto para a Localiza (RENT3) a redução foi de 23,39%, e Unidas (LCAM3) caiu 19,60%.

Produção de carros afetada

A dinâmica das locadoras para renovar suas frotas se resume na compra dos carros 0 km diretamente das montadoras, que são utilizados para suas operações de aluguel e gestão de frotas, e posteriormente passando para suas revendas através da sua operação de vendas de seminovos.

A falta de carros no mercado, além de ser um problema por si só por dificultar a renovação da frota, também aumenta o preço dos carros, tornando mais cara a aquisição dos novos veículos. Vale destacar que as três principais empresas do setor e que têm capital aberto possuem pouco mais de 60% do mercado, enquanto o restante é fragmentado entre as pequenas locadoras. Isso dá às companhias Movida, Localiza e Unidas a possibilidade de uma melhor negociação com as montadoras de automóveis.

Movida (MOVI3)

Movida (MOVI3) voltou a comprar carros optando por uma estratégia mais agressiva de aquisição de novos veículos, desde o primeiro trimestre de 2021 até esse primeiro trimestre de 2022.

A empresa adquiriu mais de 90 mil carros, o que representa um crescimento de 57% na sua frota de veículos, totalizando 191 mil carros.

Para comparação, Localiza (RENT3), a maior do setor, encerrou o primeiro trimestre de 2022 com pouco mais de 293 mil veículos na sua frota, um crescimento de 6,9%. Enquanto, a Unidas (LCAM3) encerrou com 90,1 mil carros, crescimento de 5,2% comparado com 2020.

A Movida informou que já vem negociando com as montadoras contratos de aquisições para renovar sua frota em 2022 e que, até o momento, nenhuma delas está com dificuldade de entrega ou revisando o volume das entregas. A empresa pretende adquirir mais de 100 mil carros em 2022 e acredita que o pior momento para o setor automobilístico tenha ficado em 2021. A companhia possui a frota de veículos mais jovem entre as empresas do setor, com uma idade média de 19 meses para os carros do segmento de Gestão e Terceirização de Frotas (GTF) e 9 meses para o segmento de aluguel de carros (RAC), enquanto a Localiza possui uma idade média de 21,3 meses e 16,7 meses, respectivamente.

Unidas encerrou o ano de 2021 com uma idade média de frota de 18 meses nos carros da Gestão e Terceirização de Frotas e 13,4 meses para o aluguel de carro. A frota mais nova e com menor quilometragem da Movida permite que ela alugue seus carros a preços mais elevados, além de permitir que ela venda seus seminovos com margens melhores e com mais facilidade. Outro destaque positivo da Movida foi o número de carros vendidos e o número de lojas de seminovos. A empresa conseguiu melhorar a venda de seminovos, tendo um crescimento de 184% no número de carros vendidos no primeiro trimestre de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021, totalizando 81 lojas.

Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3)

Por outro lado, a Localiza (RENT3) teve redução de 49,9% nas vendas de seminovos e fechou quatro lojas, encerrando o período com 127 lojas.

Enquanto a Unidas (LCAM3) encerrou o primeiro trimestre de 2022 com um número de vendas 39% abaixo se comparado com o primeiro trimestre de 2022 e fechou com 250 lojas — sendo que deste total 221 são lojas próprias, um crescimento de 22 lojas ante o mesmo período de 2021.

As ações das locadoras apresentam leve alta no acumulado de 2022, com Movida (MOVI3) subindo 4,52%, Localiza (RENT3) valorizando 2,61% e Unidas (LCAM3) com alta de 1,95%, considerando o fechamento de suas ações em 5 de maio.

Distribuição de dividendos

Vale destacar que a Movida anunciou a distribuição de dividendos no valor bruto total de R$ 307 milhões, correspondente a R$ 0,848 por ação. O pagamento será realizado no dia 16 de maio (próxima segunda-feira).

O DY da companhia é de 5,35%. Vale ressaltar que DY é a abreviação de dividend yield, ou seja, um indicador que mede o rendimento de uma ação apenas com o pagamento de dividendos.

Cabe mencionar também que as ações da Movida (MOVI3) estão inseridas na carteira rendeira do PagBank para mês de maio, com foco em empresas boas pagadoras de proventos.

Conclusão

Entendemos que a frota jovem e diversificada da Movida (MOVI3) permite a ela negociar de forma mais tranquila com as montadoras e, apesar de ser um desafio, acreditamos que a empresa deverá atingir sua meta de aquisição de novos veículos e seguirá forte no segmento de seminovos, mantendo seu custo de reposição de frota relativamente baixo.

A Movida negocia com números muito descontados, com um múltiplo P/L projetado (preço/lucro projetado, indicador utilizado para medir o quão “barata” está uma ação) de 6,18, o mais baixo do setor.

Imagem: Fonte: Bloomberg e PagBank

Também vale destacar que em relação ao ROE (retorno sobre o patrimônio líquido), métrica utilizada para medir a rentabilidade de uma empresa, a Movida novamente se destaca, com o mais alto do setor.

Movida possui preço-alvo da ação pelo PagBank de R$ 26,00, com um potencial de valorização de 61%, com relação ao fechamento do preço da ação em 5 de maio.

Imagem: Fonte: Bloomberg e PagBank

Fonte: UOL – Economia

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