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GM faz investimento de R$ 5,5 bi em São Paulo e confirma modelo híbrido flex

Recursos serão aportados na atualização das linhas de montagens instaladas no estado e para desenvolver o primeiro automóvel eletrificado da montadora no país

A General Motors seguiu sua turnê de detalhamento do investimento que programou para aplicar no país no atual ciclo, um total de R$ 7 bilhões. Depois de encaminhar R$ 1,2 bilhão para a operação em Gravataí (RS), a montadora reservou R$ 5,5 bilhões para as fábricas instaladas em São Paulo.

Os recursos vão financiar a atualização da linhas de São Caetano do Sul e de São José dos Campos e, também, o desenvolvimento de novas tecnologias, como um motor híbrido flex – na quarta-feira, 4, a montadora finalmente oficializou que terá este tipo de powertrain no seu line-up local. Uma fração deverá ser injetada na fábrica de estampados de Mogi da Cruzes, no campo de provas de Indaiatuba e no centro de distribuição de Sorocaba.

Serão dois os modelos equipados com o motor híbrido flex que será produzido na fábrica de Joinville (SC), na qual serão aportados os R$ 300 milhões restantes do aporte total da companhia no Brasil até 2028.

Ainda estão ocultos por trás do biombo corporativo os segmentos aos quais vão pertencer esses dois modelos híbridos inéditos, bem como quando a empresa começará a produzir e vendê-los no mercado local e nos países vizinhos. A fábrica ou fábricas que produzirão os híbridos também estão indefinidas.

É possível, no entanto, que tudo isso comece a ganhar forma e proporção no ano que vem, quando a empresa completará 100 anos de operações no Brasil. Mais precisamente em 26 de janeiro.

Híbridos da GM mostram que montadora revisou planos

A confirmação do motor híbrido flex no país já era algo esperado pelo mercado e que aos poucos vinha sendo desnudado pela montadora. Eles marcam uma espécie de ponto de virada em um filme que indicava um final com o protagonismo dos modelos elétricos puros, na linha do que a GM prega no exterior.

A montadora alega que não abandonou sua meta de futuro zero emissions nos seus principais mercados.

Mas não há como negar que as voltas que mundo dá, como diz o ditado popular, acabaram levando a empresa a rever sua estratégia – com a retração das vendas de elétricos na Europa e nos Estados Unidos, ficou claro que o consumidor, em linhas gerais, deu sinais de que busca algo mais em conta em termos de mobilidade verde. E os híbridos, portanto, passaram a ganhar importância nesse contexto.

De forma que o tema também passou a ganhar destaque nas áreas técnicas e comerciais da GM no mundo. A reportagem apurou que há alguns anos a operação brasileira vinha avisando a matriz em Detroit de que a eletrificação talvez não fosse algo tão urgente como se esperava, algo que acabou se confirmado.

O que se ouve falar de funcionários de áreas técnicas da empresa aqui no país é que era preciso apenas um sinal positivo da matriz, ainda que tardio, para que o projeto híbrido flex se tornasse realidade como era de se esperar. Afinal, a concorrência já vinha dando sinais de que esse era o caminho a ser trilhado por aqui.

Ainda que o híbrido flex da GM tenha um caráter exclusivamente brasileiro, sendo o primeiro anúncio do tipo em toda a operação da montadora, ele surge aos olhos do mercado com o verniz da globalidade.

Veículo híbrido ganha destaque no plano global da GM

Carregadores de elétricos no Centro Tecnológico da GM em São Caetano do Sul. Híbridos agora vão dividir espaço com esses modelos (foto: Bruno de Oliveira)

Acontece que, como já foi mencionado aqui, os modelos híbridos ganharam mais relevância nos planos da GM recentemente, e os esforços da montadora nesse sentido são de mostrar que, sim, eles agora desempenham um papel importante na sua estratégia global.

Tanto que no anúncio feito na fábrica de São Caetano do Sul esteve presente Rory Harvey, vice-presidente executivo da montadora e presidente da GM Mercados Globais, muito próximo em termos hierárquicos da CEO global Mary Barra.

A respeito da sua visita ao país – a segunda depois de vinte anos – ele alega que o anúncio do investimento, e o da produção dos híbridos no país – tem a ver com esse trabalho da GM de mostrar para o mundo e para os consumidores que sua estratégia de descarbonização é global. Não podia ser diferente: afinal, a dos rivais chineses, como já percebemos, também é.

A montadora ainda não divulgou quanto cada fábrica paulista vai receber dos R$ 5,5 bilhões reservados para a operação local.

Em termos de modernização, a mais automatizada de todas as fábricas GM no país é a de Joinville, onde são produzidos motores, seguida por Gravataí, São Caetano do Sul e São José dos Campos.

Fontes da área técnica da empresa disseram, em off, que a produção de modelos híbridos não deve demandar muitas alterações nas linhas atuais, uma vez que as características da tecnologia tem aderência à atual plataforma utilizada pela montadora, no caso, a GEM.

De forma que, seguiram as fontes, boa parte do investimento deverá ser utilizado para melhorias na manufatura em si, com aumento da digitalização dos processos e desenvolvimento de softwares específicos para a produção veicular. A ideia é produzir mais e mais barato. Não há outro jeito quando vemos um mercado com cada vez mais competidores rezando essa mesma missa.

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