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Fernando Simões deixa o comando da JSL Logística após 12 anos

Ramon Garcia de Alcaraz, que era da Fabel, assumirá a companhia a partir de abril

A JSL Logística dá mais um passo no processo de reestruturação. A companhia vai mudar de comando depois de doze anos com um dos filhos do fundador, Júlio Simões, à sua frente. Fernando Simões deixa a presidência executiva da empresa e passa o bastão para Ramon Garcia de Alcaraz, que gerenciava a Fabel, uma transportadora especializada na distribuição urbana adquirida pela JSL no ano passado.

Nessa mudança, Simões passa a ser o presidente do conselho de administração da JSL, mas segue como principal executivo da Simpar, a holding que controla todas as empresas do grupo. “Nossa filosofia é a de que cada empresa tenha uma gestão independente. A minha função, a partir de agora, será mais estratégica. Ficarei mais atento aos novos negócios e nas aquisições que devemos fazer nos próximos anos. Além disso, estarei sempre ao lado de todos os CEOs para ajudar a cumprir as metas definidas para cada operação”, disse Simões.

Nessa troca de comando, a JSL também assumiu 100% da Fabel. Com isso, Alcaraz passa a deter 2,25% do capital da companhia, passando a ser o principal acionista pessoa física da empresa de logística. Simões ressaltou que na compra da Fabel, Alcaraz ficou com 25% da companhia.

“Literalmente, a logística passa contar não só com um presidente mas com um empresário do setor. A companhia está pronta para um novo ciclo de crescimento, seja ele inorgânico ou orgânico. Ele se torna também o dono do negócio”, disse Simões.

Alcaraz disse que irá assumir a presidência da JSL de imediato, mas contará com Simões por um mês na transição. “O meu desafio é continuar fazendo com que o grupo sonhe junto e pense grande. Somos a maior empresa de logística do país e as nossas metas são bem audaciosas: ser uma companhia muito maior do que é hoje”, acrescentou Alcaraz.

Hoje, a companhia é a líder no mercado interno com 0,8% de participação. Nos Estados Unidos e na Europa, as maiores empresas do setor têm “market share” em torno de 8%. “O potencial é muito grande. Nossa receita é mais que o dobro do segundo colocado. Estamos prontos e preparados para este novo ciclo de desenvolvimento, vamos sair desse patamar em até cinco anos”, disse Simões.

Simões está na companhia desde os seus 14 anos de idade e foi preparado pelo pai para assumir a presidência. E desde a década de 1990 liderou, junto com o fundador, as transformações da empresa. “Assumi oficialmente em 2009, mas no desenvolvimento do negócio estou desde o início de 1990”, recordou.

Em 65 anos de JSL, ele está há 39 anos na empresa. Simões acrescenta que, em 1988, a transportadora tinha 16 filias, 12 caminhões e 300 empregados. Quando foi para a parte comercial da empresa, segundo ele, o negócio se diversificou. “Mas sempre em sintonia principalmente com a nossa cultura”, acrescentou o empresário.

Após essa diversificação, a companhia foi a primeira transportadora a chegar a R$ 1 bilhão de receita, isso nos idos de 2005 a 2006. “Em 2010, faturávamos R$ 1,8 bilhão, gerávamos R$ 200 milhoes de Ebitda e outros R$ 80 milhões de lucro. Empregávamos 2,7 mil funcionários.”

E de lá pra cá, a JSL abriu o seu capital, assumiu o controle da locadora de veículos Movida, criou a Vamos e as outras companhias. “Transformamos o negócio. Todas as empresas têm gestão em separada”, ressaltou. “O último movimento foi a criação da Simpar e a abertura de capital da JSL Logística”, acrescentou.

Segundo ele, somente a área de logística tem 25 mil funcionários e atingiu no ano passado, uma receita de R$ 2,82 bilhões, lucro líquido de R$ 41 milhões e Ebitda de R$ 431,5 milhões. “Atualmente, a JSL é o maior negócio da Simpar. Administramos uma receita bruta de quase R$ 11 bilhões, Ebitda de R$ 2,3 bilhões e 30 mil funcionários. Isso, sem perdermos o nosso jeitão, a nossa cultura.’ 

Por Ana Maria Machado

Fonte: Valor

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