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De Santiago a São Paulo: Awto estreia aluguel de carros no Brasil.

Empresa do grupo Kaufmann, maior distribuidor da marca Daimler na América Latina, vai investir R$ 30 milhões.

A chilena Awto acaba de estacionar no Brasil, esquentando a competição no mercado de carros compartilhados. A Turbi que se cuide. Com um investimento de R$ 30 milhões e uma frota inicial de 200 veículos em São Paulo, a startup de mobilidade urbana inicia as operações em outubro.

A entrante estreia em fase de testes, apenas para usuários convidados, mas a partir de dezembro o serviço de aluguel dos carros, distribuídos por diversos pontos da cidade, estará disponível para qualquer pessoa que baixar o aplicativo e tiver um cartão de crédito.

Para comandar a operação brasileira, a startup chilena trouxe da Riba, de aluguel de scooters elétricas, a dupla Fernando Freitas, para ser o CMO no país, e Leonardo Bieberbach, country manager da nova operação. Os executivos conheceram a Awto em viagem a Santiago e se interessaram em exportar o modelo para cá.

“O grupo Kaufmann, que criou a startup no Chile, acredita muito no Brasil, apesar do contexto tributário desafiador— lá, eles têm um imposto único”, diz Bieberbach.

A Awto vai disputar a preferência dos consumidores com a Turbi e, eventualmente, com a Uber, mas não vê como
concorrência as gigantes de aluguel de carros, como Localiza e Movida. “Nosso modelo é bem diferente do que o rent a car tradicional faz. Pretendemos captar casos de usos diferentes, com nossos utilitários, e complementar outros meios de mobilidade, inclusive com o transporte público”, conta o executivo.

Os veículos, inicialmente carros e motos, serão distribuídos inicialmente na zona oeste da capital paulista. O plano é se expandir em caracol para o resto do centro e outras cidades da região metropolitana na sequência. A partir do ano que vem, outras capitais — Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro — serão atendidas. Até o fim do ano, serão pelo menos 350 automóveis em circulação.

Apesar da semelhança no modelo com a Turbi, a Awto difere da concorrente brasileira por permitir que o usuário entre no veículo e entregue o carro em um ponto diferente do destino. A chilena também vai oferecer uma gama maior de veículos, como motocicletas e utilitários — pequenos furgões e vans. As tarifas para sedan e SUV são as mesmas: um custo fixo de R$ 0,90 por quilômetro rodado.

A expansão será financiada pela rodada de R$ 30 milhões levantada pela chilena no ano passado. O principal investidor da Awto é o Kaufmann Group. Maior distribuidor da marca Daimler na América Latina, o grupo criou a startup como um braço de atuação. A Indumotora, uma distribuidora da Kia, a seguradora Zurich Group e o Chile Ventures, fundo de venture capital com foco na América Latina, compõem o cap table da startup.

Desde sua fundação, em 2016, a Awto já investiu mais de R$ 60 milhões no Chile e diz ter alcançado o breakeven — em seu país de origem, a operação é lucrativa há pelo menos cinco anos, segundo os executivos. Por lá, a frota conta com 800 veículos rodando, 400 pontos de estacionamento em cidades como Santiago e Viña del Mar. A base de usuários possui 200 mil usuários assíduos. Em 2021, a startup faturou US$ 6 milhões.

No Chile, a startup opera também no segmento corporativo, atendendo empresas, uma
vertical que também poderá ser explorada no Brasil em um segundo momento. “Nosso foco
é o B2C e vamos manter nossa atenção nisso até atingir um certo tamanho. Mas a Awto é
plenamente capaz de atender o B2B, como faz no Chile”, diz Bieberbach, ressaltando o
software de gestão da companhia. “Uma empresa que tenha frota própria e queira usar
apenas a tecnologia de rastreamento e controle que nós temos pode nos contratar”.

Por: Manuela Tecchio

FONTE: PIPELINE VALOR

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