Sedã e hatch se despedem do mercado após 11 anos; produção foi encerrada no final do ano passado na Argentina
Sport6 RS e Cruze Midnight — Foto: Divulgação
Depois de 11 anos, a Chevrolet não tem mais um hatch e um sedã médios no Brasil. Isso porque o Cruze, nas carrocerias hatch e sedã, teve os estoques esgotados e saiu de linha. Essa não é uma novidade. Autoesporte noticiou, meses atrás, que os últimos lotes estavam sendo vendidos com descontos generosos.
A diferença é que, agora, uma fonte ligada à marca afirmou que há pouquíssimas unidades remanescentes e que nem a própria marca considera esses exemplares como estoque. Os mais recentes números de emplacamentos da Fenabrave comprovam a informação.
Em agosto, apenas um Cruze sedã foi emplacado. Em julho, 31 exemplares foram registrados, sendo 27 da carroceria sedã e quatro hatches. A melhor marca recente foi em junho, com 12 Sport6 e 40 Cruze sedãs emplacados.
De todo modo, somando as duas carrocerias, desde maio, saíram das lojas apenas 187 Chevrolet Cruze. Em comparação, só em julho, a Porsche vendeu 185 exemplares do esportivo 911.
Sem o Cruze, que teve a produção na Argentina encerrada em dezembro de 2023, a Chevrolet interrompe décadas de participação no segmento de hatches e sedãs médios no Brasil. Nesses anos, a marca teve representantes tradicionais e históricos, como Opala, Monza, Vectra e Astra.
Agora, o único carro desse porte à venda é o SUV Equinox, que será renovado até o final do ano, com direito a uma inédita versão elétrica.
O foco em SUVs não é algo exclusivo do Brasil. Nos Estados Unidos, sede da Chevrolet, o Cruze deixou de ser vendido em 2019, quando a fabricante anunciou que iria concentrar os esforços em utilitários esportivos e picapes, e não mais em sedãs e hatches.
A história do Chevrolet Cruze
O Chevrolet Cruze foi lançado no Brasil em 2011, como substituto dos então veteranos Vectra e Astra. Para isso, chegou em versões hatch e sedã. Porém, em vez da inspiração europeia da Opel, a Chevrolet optou por trazer um modelo criado na Coreia do Sul.
O visual elegante e o espaço interno agradavam, enquanto o motor 1.8 aspirado de 144 cv de potência e 18,9 kgfm de torque, pareado ao câmbio automático de seis marchas, deixava o modelo apenas na média do segmento em termos de desempenho e consumo.
Quando trocou de geração, em 2016, o Cruze passou a usar a base europeia do Opel Astra. Para resolver a questão do desempenho, o motor 1.8 da família Ecotec foi substituído pelo moderno e eficiente 1.4 turbo, o primeiro turbo flex oferecido pela GM no Brasil. Mais potente, entregava 153 cv de potência e 24,5 kgfm de torque, garantindo a boa dirigibilidade esperada de um carro médio.
Nos últimos anos, assim como todos os hatches e sedãs do segmento, perdeu espaço para o avanço dos SUVs compactos, mais rentáveis para as fabricantes. Assim, da mesma forma que Ford Focus, Hyundai Elantra e i30, Volkswagen Golf, Kia Cerato e Renault Fluence, o Cruze se despede do nosso mercado sem um sucessor direto.