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Carro por assinatura: Vale a pena?

Modalidade de carros por assinatura cresce em meio ao aumento do IPVA de 2023 e a necessidade do uso do automóvel.

Vale a pena ser dono de um carro? Se você acha que não saiba que os carros por assinatura são uma modalidade relativamente nova no setor de locação de veículos.

Dados da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) revelaram que a frota das empresas de locação destinada ao carro por assinatura cresceu 20,8%, entre janeiro e outubro de 2022.

Uma das empresas associadas à ABLA é o V1, uma plataforma de mobilidade urbana que atua em locação e assinatura de carros 100% digital, gestão de frotas terceirizadas para empresas, fleet service, translado de pessoas e outras soluções.

O aplicativo V1 oferece dois tipos de serviço: aluguel de carros 100% digital e veículos por
assinatura, pagando apenas a mensalidade. Ambos os serviços propostos funcionam via aplicativo em um formato 100% digital. No ano passado, o V1 disponibilizou 1.650 veículos para a modalidade por assinatura. “Como uma espécie de streaming, você assina o veículo por tempo determinado, sem se preocupar com revisões, seguro, documentação, tributos, manutenção, financiamento e possíveis desafios na hora de revender o automóvel”, explica o diretor de negócios do V1, Leonardo Balestrassi.

A diferença entre assinatura e aluguel

Neste formato de negócio de carro por assinatura, ao invés de adquirir um veículo próprio, o cliente assina o carro por até 24 meses. A modalidade é baseada no conceito de “uso” e não de “posse”, com a vantagem de dirigir apenas carros 0km. “Diferente da modalidade de locação, o carro contratado na assinatura será sempre zero quilômetro”, explica Leonardo.

“Entendemos que essa é uma das principais diferenças da assinatura: garantir um veículo zero-quilômetro, já que é possível trocar e circular com um novo modelo”, destaca Leonardo. Além da possibilidade de garantir um modelo mais atual, o cliente não precisará se preocupar em investir em um veículo próprio que irá depreciar com o passar do tempo.

“O índice de desvalorização é o ritmo no qual um automóvel perde valor com o tempo. Existem duas formas de cálculo para avaliar a depreciação do carro: a primeira, com base na média de mercado do automóvel, por meio da Tabela Fipe. Neste caso, basta analisar os valores ano a ano a fim de chegar ao índice de desvalorização. Ou é possível usar o sistema da Receita Federal, que divulga um método para calcular o índice de depreciação contábil de um carro”, complementa.

Vale ponderar antes de adquirir um automóvel próprio que o carro é um bem patrimonial de uso contínuo e, consequentemente, apresenta um índice depreciativo. “No caso dos automóveis, estima-se que eles perdem cerca de 20% de seu valor quando saem da concessionária”, alerta o diretor.

Investir o dinheiro é financeiramente mais benéfico

Em termos de precificação, o valor pago mensalmente pelo cliente é único, sem arcar com IPVA, licenciamento, seguro, depreciação, custo de manutenção e troca de pneus, revenda etc. O V1 ainda garante assistência 24 horas, caso o carro precise de qualquer reparo, seguro, emplacamento e impostos.

Na compra de um carro, é importante salientar que o valor anunciado pela concessionária ou proprietário é apenas a primeira despesa a ser considerada. Outros custos como manutenção, estacionamento, impostos, seguro, revisões, emplacamento e licenciamento também incidem sobre o bem. “Além dos custos habituais na compra e preservação de um automóvel, vale lembrar que um item que preocupa quem decide comprar carros 0km é a desvalorização. A desvalorização se refere à redução do valor de um veículo com o passar do tempo, principalmente nos três primeiros anos após a fabricação.
Exemplificando, com uma SUV como o T-Cross, que é um modelo visado atualmente e, estimado uma desvalorização média de 15% ao ano, podemos calcular uma depreciação anual de R$21 mil. Já o Mobi, modelo da Fiat mais acessível que custa em torno de R$67 mil, desvaloriza, em média R$10 mil ao ano” calcula Guilherme Marques Moura, doutor em Desenvolvimento Econômico e professor da Escola de Negócios da Universidade Positivo.

O modelo de negócios por assinatura é mais benéfico, especialmente quando se considera o dinheiro gasto na compra do automóvel, que poderia ser investido. “No caso da compra do carro zero km, custo de oportunidade indica outras coisas que poderíamos fazer com o dinheiro. Por exemplo, o consumidor poderia utilizar o capital para dar entrada em uma casa, realizar uma viagem, reformar a casa, dentre outros. Seja o caso do modelo T-Cross que está hoje R$ 141.810 (Valor da montadora). o cliente pode optar por um carro por assinatura e investir o valor em algum produto financeiro. Admitindo um investimento em um Certificado de Depósito Bancário (CDB) de 14% a.a., taxa pouco arriscada e com retorno bem comum, poderia ser obtido um retorno de R$1.364,92/mês, ou R$16.379,06/ano”.

“O mercado de assinatura de veículos tem especulação de crescimento para 2023, visto que a compra de carros no Brasil envolve hoje uma consciência de arcar com juros altos para garantir a posse do veículo. O V1 está comprando novos modelos de veículos neste ano, para atender todas essas necessidades. Apenas no primeiro trimestre, iremos investir R$ 36 milhões no aumento e na renovação da frota, com a compra de carros novos que chegam para substituir modelos já usados em final de contrato e devolvidos por clientes”, finaliza Leonardo.

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