Adquirir um veículo pela modalidade de assinatura elimina gastos, mas não garante o bem ao consumidor ao fim do contrato
Quem é motorista sabe que ser dono de um automóvel envolve uma série de ônus e gastos. Além do próprio valor pago pelo veículo na hora da compra, o proprietário terá de abrir a carteira toda vez que der manutenção, que chegar a fatura do IPVA, do seguro e por aí vai. Sem falar da depreciação. Diante disso, para muitos, o carro por assinatura chama atenção pela proposta de comodidade, pois basta o cliente pagar o pacote, pegar o veículo e usar.
Na verdade, há mais questões envolvidas na hora da escolha pela assinatura em detrimento da compra, tanto positivamente, quanto negativamente.
Segundo artigos publicados pela W1 Consultoria Financeira, a vantagem da assinatura está, em primeiro lugar, no fato da descapitalização ocorrer em proporções bem mais reduzidas, ainda que ocorra em frequências mensais.
Por isso, aqueles que detêm fundos o suficiente para a compra de um carro, quando optam pela assinatura, podem manter as economias rendendo em aplicações financeiras — que, por sua vez, acabam ajudando a abater parcial ou total as mensalidades do automóvel. Essa é a principal vantagem em relação à compra de um carro, afinal, o dinheiro está saindo de um rendimento e não da sua renda mensal.
Além disso, as vantagens se destacam ainda mais em comparação com a alternativa de optar por um financiamento bancário. Talvez este caminho seja o mais salgado para o bolso do consumidor e, por isso, valeria a pena somente em ocasiões mais específicas.
E quando se pensa na compra de um carro mais antigo, todos sabem que, por mais que seja mais em conta (em preço e muitas vezes em IPVA também), corre-se alguns riscos relacionados à manutenção. Há diversos motoristas por aí que podem relatar que já gastaram mais do que o valor do próprio carro em manutenções. Quando esse é o caso, não é nada saudável para o bolso.
Mas nem tudo são flores
A consultoria também levanta pontos de alerta para quem tem interesse nesta modalidade. A começar pelas avarias, que são de responsabilidade do locatário. O mesmo ocorre quando houver necessidade de acionamento da franquia de seguro — cujo valor também é de responsabilidade do motorista.
Outro ponto relevante é que, no final do período da assinatura, o motorista não terá o valor do bem. Mesmo após pagar uma quantia relevante por meio das parcelas, uma vez que o plano acaba, o cliente sai sem nada. Por isso que, aos que pouco precisam de um automóvel, vai compensar mais se locomover, por exemplo, via transporte por aplicativo.
Há também um fator menos matemático, que é o de poder chamar o carro de “seu”. O brasileiro tem uma forte conexão com os carros, por isso, alguns podem fazer questão de querer ter o carro próprio.
Há como calcular a viabilidade
Felizmente, já existem várias plataformas que se dedicam exclusivamente a calcular e comparar gastos. Em um cenário, simula uma assinatura. Em outro, a compra do modelo 0 km.
Para isso, a página vai perguntar qual categoria de carro deseja (os sites usam modelos reais como parâmetro), bem como o tempo da contratação do pacote e uma estimativa de quantos quilômetros irá rodar por mês. Diante disso, o interessado terá um relatório sobre os gastos em cada cenário.
Dependendo da plataforma, ela poderá exibir, ainda, levantamentos sobre quanto o valor do automóvel renderia em aplicações conservadoras ao longo do tempo selecionado pelo usuário. Ou seja, além da economia de tempo com cálculos, não será preciso esquentar a cabeça com simulações financeiras genéricas. Claro, vale a observação de que, ainda assim, esses sites não terão a capacidade de simular inúmeras formas de investimento.