Processo administrativo envolve as fabricantes Volkswagen e General Motors, além da Pirelli
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, investiga empresas com operação no Brasil por suspeita de coordenação de mercado por combinar salários dos funcionários. O processo envolve 33 empresas, sendo três ligadas ao setor automotivo: a fabricante de pneus Pirelli e as montadoras General Motors e Volkswagen.
O Cade afirma que há indícios de que as companhias trocaram informações a respeito de salários e benefícios de profissionais de seus quadros entre 2004 e 2021.
“O compartilhamento de informações comercial e concorrencialmente sensíveis incluiu informações sobre salários, veículos, plano de saúde, transporte, alimentação, etc”, aponta o processo.
Falta de acesso a salários melhores
A troca ocorreu por meio de plataformas online, como o WhatsApp, e configura, segundo a entidade, uma medida que fere a competição leal no mercado.
Isso porque a prática reduzira a possibilidade de um funcionário receber propostas mais vantajosas de trabalho dentro desse universo de empresas.
Procurada pela reportagem, a Volkswagen informou por meio de nota que tomou conhecimento da instauração, pelo Cade, do processo administrativo, mas “que ainda não foi formalmente notificada e não comenta processos em andamento”.
A Pirelli, por sua vez, afirmou que “adota as melhores práticas de compliance e não comenta casos em investigação”. A General Motors não se manifestou até o fechamento da reportagem.
Em junho, o Cade também abriu investigação contra montadoras, neste caso, as que atuam no segmento premium. Neste caso, as empresas supostamente estariam compartilhando informações sobre suas operações.