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Análise: Assinatura de carros é aposta num mundo em que o ‘ter’ vem perdendo espaço para o ‘compartilhar’

Serviço permite ao usuário manter um automóvel novo na garagem sem se preocupar com obrigações, como pagamento de IPVA e manutenção

RIO – Há uns dez anos, com as vendas de carros zero-quilômetro em queda e sem perspectiva de retomada desse mercado, os fabricantes de automóveis perceberam que o futuro de seu negócio não estava apenas em produzir veículos, mas sim em prover acesso a mobilidade, de diversas maneiras.

Inicialmente, o foco dessa transformação estava no carsharing, modalidade em que carros são alugados por curtos períodos, mais ou menos como as bicicletas compartilhadas.

A onda, enfim, começa a chegar ao Brasil. Em agosto, a Toyota lançou o Kinto, programa de carsharing que usa as concessionárias como base e permite alugar carros por horas ou dias, mais ou menos como uma locadora convencional.

Mas o que deve pegar realmente é o serviço de “assinatura de automóvel” – desde o mês passado, fabricantes vêm criando divisões para trabalhar nesse novo ramo. Primeiro, a VW fez o Sign&Drive e, agora, a FCA (com as marcas Fiat e Jeep) lançou o projeto-piloto Flua!, inicialmente em São Paulo e no Paraná. Locadoras e seguradoras também estão investindo nesse filão.

Com algumas variações entre um programa e outro, esses planos de assinatura funcionam mais ou menos como os leasings de antes: o cliente pega um zero-quilômetro, compra pacotes de locação que variam de 1 a 3 anos e, depois de vencido o período, há a opção de devolver o carro ou trocar por um novo, mediante outro contrato.

Diferentemente do leasing, porém, os pacotes de carros por assinatura já incluem emplacamento, pagamento de IPVA, manutenção, seguro e assistência 24 horas. Há também franquias de quilometragem de uso, como nas locações convencionais. Tudo de forma muito simples e sem preocupações. Assine, pague e dirija.

Em um mundo onde muitos trocaram o desejo de ter seu próprio carro pelas facilidades do Uber, o sistema de assinatura é um meio-termo que permite ter um automóvel novo na garagem sem se preocupar com as obrigações (e dores de cabeça) que os veículos trazem.

Por Jason Vogel

Fonte: O Globo

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