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4 fatos que explicam a crise da Volkswagen na Alemanha

Resultados ruins em mercados importantes e custos altos são algumas das razões para momento delicado da empresa em seu país natal

Volkswagen vive um momento delicado na Alemanha. Ao contrário de mercados como o Brasil, onde acumula bons resultados desde o ano passado, a fabricante enfrenta sérias dificuldades em seu país natal.

Nem os executivos do alto escalão escondem que o cenário é preocupante. Arno Antlitz, diretor financeiro do Grupo Volkswagen, alertou que a montadora tem “um ano ou dois para virar o jogo”.

O próprio CEO Oliver Blume reconheceu que a empresa passa por uma situação alarmante, embora tenha descartado fechar fábricas na Alemanha – ao menos por enquanto.

Até o governo alemão já ofereceu ajuda para evitar que a VW precise tomar uma medida tão extrema pela primeira vez em sua história.

Vale ressaltar que a crise instaurada nos corredores de Wolfsburg não foi causada apenas pelo desempenho da Volkswagen na Alemanha. Alguns fatores em mercados estratégicos também contribuíram para a má fase, como listamos a seguir.

Dificuldade em cortar custos

A montadora já admitiu que precisa enxugar custos para manter sua operação saudável. No fim do ano passado, um documento interno vazado revelou que a Volkswagen planejava cortar € 10 bilhões.

Entretanto, o jornal alemão “Handelsblatt” afirmou que a empresa está € 3 bilhões abaixo da sua meta de cortes de custos para 2024.

As medidas listadas para atingir essa meta incluíam a redução de custos administrativos da sua marca homônima em um quinto e economia de € 1 bilhão até 2028, reduzindo os ciclos de desenvolvimento de produtos de 50 meses para três anos.

Perda da liderança em mercados chave

Nos últimos anos, a Volkswagen foi desbancada em mercados importantes para a marca. Um deles foi a China, onde a empresa perdeu a liderança histórica para a BYD. E pior: a vantagem da marca chinesa para a VW está cada vez maior.

Dispostos a recuperar terreno, o grupo alemão confirmou 30 lançamentos para o país nos próximos anos e até lançou uma nova submarca de carros elétricos (a ID.UX) apenas para o mercado chinês. Tudo para (tentar) conter o avanço dos rivais e, quem sabe, voltar ao topo.

Queda nas vendas de carros elétricos

Eis um fato que afeta todas as grandes montadoras de veículos. A queda na demanda por carros elétricos em mercados como os Estados Unidos e da Europa foi sentida pela VW. 

Diante disso, várias concorrentes já se apressaram em mudar de estratégia e acelerar o desenvolvimento de veículos híbridos plug-in, cujas vendas crescem nos mesmos países onde os elétricos estão em queda livre.

Demora para reagir à concorrência

A VW é tradicionalmente uma empresa com uma postura mais conservadora. Isso se reflete em sua estratégia comercial, especialmente quando precisa inovar ou reagir a movimentos realizados pela concorrência.

Além de raramente ser a pioneira, na maioria das vezes a Volkswagen é uma das últimas a entrar em um segmento quando vários rivais já lançaram seus produtos.

Um bom exemplo está nos carros elétricos, já que apenas em 2013 é que a VW iniciou a produção em série de seu primeiro veículo movido a eletricidade – o e-Golf. Enquanto isso, rivais como a Nissan (com o Leaf) e a BMW (com o i3) já estavam no mercado há anos.

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